Mortes em confrontos com a Polícia sobem 42% em MS

Compartilhe:

Ocorrências envolviam suspeitos armados e com extensa ficha criminal

Em janeiro deste ano, Mato Grosso do Sul registrou 10 mortes decorrentes de intervenções de agentes de segurança pública, um aumento de 42% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o número de mortes foi de 7. Os dados são do sistema SIGO da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/MS).

Essas mortes ocorreram durante confrontos entre policiais e suspeitos que reagiram de maneira agressiva ou ameaçadora ao serem abordados. Um dos casos aconteceu na noite de 12, no bairro Jardim Colúmbia, em Campo Grande, quando Bruno Allef Bibiano Cristaldo foi baleado e morreu durante uma ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque). Cristaldo tinha um histórico criminal, incluindo envolvimento no assassinato do policial militar Valdir Antunes de Oliveira, em 2014.

A maioria dos suspeitos envolvidos nos confrontos estava armada, e as armas foram apreendidas pelos policiais após a ação. Em alguns casos, os suspeitos tentaram atacar os policiais com materiais que colocaram em risco a vida dos agentes. 
De acordo com fonte da segurança pública, que prefere não se identificar, os confrontos ocorrem em situações de legítima defesa dos agentes. “Os confrontos ocorrem devido à legítima defesa do agente. Antes do uso da força letal, os policiais sempre verbalizam as ordens para que os abordados se rendam”, explica uma fonte da segurança pública, que prefere não se identificar.

“O indivíduo pode atentar a qualquer momento e colocar a vida do policial em risco. Não há tempo para esperar que o suspeito use sua força contra o policial antes de agir. As ações realizadas pelos policiais estão dentro da legalidade. A força é empregada apenas no estrito necessário para repelir uma agressão injusta”, afirma a fonte sobre a legalidade das intervenções. 

Investigação

As mortes ocorridas durante as intervenções policiais serão investigadas conforme o protocolo de mortes decorrentes de intervenções policiais (MDIP). A Polícia Militar realiza os levantamentos iniciais com o apoio da Polícia Civil e da perícia científica. Posteriormente, os relatórios serão encaminhados ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e à Justiça, que decidirão sobre o arquivamento do caso, caso seja reconhecida a legítima defesa, ou sobre o prosseguimento de uma ação penal, caso seja identificado crime.

Sobre Vinícius Santos 5886 Artigos
Jornalista - DRT 0002147/MS