
Na abertura do Ano Judiciário de 2025, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, se referiu à atuação da Corregedoria Nacional de Justiça, liderada pelo ministro Mauro Campbell Marques, como “atenta” ao combate a abusos no Judiciário. Barroso destacou que, apesar de ser contra qualquer tipo de abuso, é importante não supervalorizar críticas que muitas vezes são fruto de incompreensão do trabalho dos juízes.
Esse discurso de Barroso ocorre em meio a um cenário delicado envolvendo a Justiça de Mato Grosso do Sul, onde a Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal em outubro de 2024, resultou no afastamento de quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de MS (TJMS). A investigação apura a suspeita de venda de decisões judiciais por magistrados do TJMS. Inicialmente, cinco desembargadores foram afastados, mas um conseguiu retomar seu cargo após apresentar explicações ao STF. Atualmente, quatro seguem afastados.
A operação também alcançou um conselheiro do Tribunal de Contas de MS (TCE-MS), que também foi afastado por suspeita de interferir nas decisões dos magistrados do TJMS. A Polícia Federal identificou, por meio de investigações, que lobistas, advogados e servidores públicos influentes teriam se reunido com os responsáveis pelas decisões judiciais para obter sentenças favoráveis, prejudicando as partes adversárias, principalmente em causas envolvendo propriedades rurais de grande valor.
Em outra linha, a Corregedoria Nacional de Justiça determinou, em 19 de dezembro de 2024, o afastamento de um juiz de Campo Grande, em razão de indícios de envolvimento em esquema de corrupção e fraude judicial. Ele assim segue, suspenso das atividades.
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