
Pela quarta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa Selic, elevando os juros básicos da economia para 13,25% ao ano. O reajuste de 1 ponto percentual já era esperado pelo mercado.
A decisão foi tomada na primeira reunião do Copom em 2025 e marca a estreia de Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central. Ex-diretor de Política Monetária da autarquia e ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ele assumiu o cargo após indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sucedendo Roberto Campos Neto.
Segundo o Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (27), a expectativa dos analistas do mercado financeiro é que a Selic atinja 15% ao ano até o final de 2025. Já para 2026, a projeção é de 12,25%.
Por que a Selic subiu?
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Com o aumento da taxa, o custo do crédito sobe, o consumo desacelera e, consequentemente, há um impacto na inflação.
Em dezembro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, foi de 4,83% no acumulado do ano, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3% (com tolerância de até 4,75%).
Com esse cenário, o Copom optou por manter uma política monetária mais rígida para tentar conter o avanço dos preços.
Impacto da Selic no dia a dia
A alta dos juros tem reflexos diretos na economia e no bolso do consumidor:
📌 Crédito e financiamentos mais caros – Com a Selic mais alta, bancos e financeiras aumentam as taxas de empréstimos e financiamentos, reduzindo o consumo.
📌 Desaceleração da economia – O crédito mais caro desestimula o consumo e pode impactar o nível de emprego, já que empresas podem reduzir contratações.
📌 Investimentos – Quem investe em renda fixa (Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs) pode se beneficiar, pois esses ativos costumam oferecer maior rentabilidade. Já o mercado de renda variável, como ações e fundos imobiliários, tende a sofrer desvalorização.
📌 Inflação – A elevação da Selic ajuda a conter o avanço dos preços, mas a um custo: o desaquecimento da economia.
Próximas reuniões do Copom
O Copom se reúne a cada 45 dias para avaliar a política monetária. A próxima reunião será nos dias 18 e 19 de março, e a expectativa é de um novo aumento de 1 ponto percentual, o que elevaria a taxa para 14,25% ao ano – o mesmo patamar de julho de 2015, durante a crise no governo Dilma Rousseff.
Com informações do portal metrópoles