A carne mais desejada do Brasil alcança preço recorde em 18 anos: luxo ou necessidade?

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Jair Amaral/EM/D.A.Press

O preço do quilo da picanha atingiu R$ 77,44 em novembro de 2024, um aumento de R$ 9,77 em relação ao mesmo período de 2023, quando o valor médio era de R$ 67,67. O levantamento, realizado pelo Instituto de Economia Agrícola do Governo de São Paulo e divulgado pelo Poder360, aponta que o preço atual é o mais alto em 18 anos.

Para consumidores, isso significa um impacto significativo no orçamento. Por exemplo, um grupo de amigos que queira comprar 4 kg do corte para o Ano-Novo gastará cerca de R$ 310, um acréscimo de R$ 39 em comparação aos R$ 271 pagos no réveillon passado.

Histórico de Preços

Nos últimos 10 anos, o preço da picanha subiu R$ 39 por quilo, desconsiderando a inflação. Em 2007, o corte custava R$ 22,20, mas chegou a R$ 43,00 até 2016, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Sob as gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o valor saltou para R$ 67,70.

O recorde histórico foi registrado em 2021, durante a pandemia de Covid-19, quando o preço médio do quilo atingiu R$ 85,90.

Impacto no Orçamento Familiar

O aumento reflete a dificuldade das famílias de média e baixa renda em manter cortes nobres como a picanha em suas mesas. Com a alta nos preços, o consumo do produto fica cada vez mais restrito a ocasiões especiais e, para muitos, apenas um sonho distante.

A tendência de alta demonstra como as carnes seguem pressionando o orçamento doméstico em meio à economia em recuperação.