Brasil registra, em apenas 3 meses, metade dos casos de gripe de 2021

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Vacinação contra o vírus da influenza

Apenas nos três primeiros meses de 2022, o Brasil já registrou mais da metade de todos os casos de influenza notificados em 2021, segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) do Ministério da Saúde.

Foram 10.005 casos confirmados por exames laboratoriais de janeiro a dezembro de 2021 contra 5.686 apenas entre janeiro e março deste ano (56%).

A alta de casos, especialmente entre crianças e idosos, preocupa especialistas em saúde. Nesta sexta-feira (29/4), a farmacêutica Sanofi e o Instituto Butantan lançaram a campanha #ProtegidoContraGripe, com ilustrações do cartunista Maurício de Sousa para incentivar a imunização contra a doença.

“A turminha soma-se a esta campanha de vacinação contra a gripe em 2022 para lembrar a todos que precisamos ampliar a cobertura, que não atingiu suas metas em 2021”, disse Maurício de Sousa.

O grande desafio, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, é vacinar crianças e gestantes. Dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) mostram que 76,8% das crianças foram vacinadas em 2021, muito aquém da meta do Ministério da Saúde de imunizar 90%.

O aumento recente de casos de influenza no país é atribuído pela infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, à baixa cobertura vacinal durante a pandemia da Covid-19, ao enfraquecimento do sistema imunológico da população nesse período e à maior circulação do vírus após o fim das restrições.

“Nesses dois anos, a percepção de risco caiu porque as pessoas deixaram de ver a doença. No entanto, ocorre o contrário, um momento propício para a transmissão pois a imunidade caiu e a proteção que as crianças vinham ganhando progressivamente também. Os casos devem ocorrer de forma concentrada agora”, disse Richtmann, na coletiva de imprensa de apresentação da campanha.

Veja a lista completa dos grupos que podem se vacinar:

1ª etapa – 4 de abril a 2 de maio:

  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Trabalhadores da saúde (também podem se vacinar contra o sarampo).

2ª etapa – 2 de maio de 3 de junho:

  • Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (também podem se vacinar contra o sarampo);
  • Gestantes e puérperas;
  • Povos indígenas;
  • Professores;
  • Pessoas com comorbidades;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Profissionais de forças de segurança e salvamento e Forças Armadas;
  • Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
  • Trabalhadores portuários;
  • Funcionários do sistema prisional;
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
  • População privada de liberdade.