
Durante a sessão desta terça-feira (24) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputados denunciaram a falta de medicamentos essenciais para tratamento de câncer no Hospital Regional, destacando a interrupção de quimioterapias devido à escassez de insumos.
O deputado Pedro Kemp (PT) levantou o tema, questionando a gestão da saúde no Estado. “Saúde tem que ser prioridade. Não é aceitável que pacientes com uma doença grave como o câncer tenham seu tratamento interrompido por falta de medicamentos. Isso é uma injustiça com os pacientes”, afirmou Kemp. Ele também mencionou um levantamento da Defensoria Pública Estadual, que aponta que quase 100 mil pessoas já recorreram à Justiça para garantir tratamentos médicos.
O deputado Zé Teixeira (PSDB) concordou com a gravidade da situação, destacando a necessidade de revisão no Sistema Único de Saúde (SUS), e mencionou casos críticos, como o de uma mulher que aguarda cirurgia para remoção de pedras nos rins. “Tem situações que não podem esperar. O SUS é um programa lindo, mas não adianta se o acesso é limitado”, disse.
Lidio Lopes (PATRI) ressaltou que a demanda reprimida por cirurgias aumentou desde a pandemia, quando o uso de anestésicos foi priorizado para pacientes com COVID-19. Ele destacou o volume de pacientes atendidos pelo SUS em Campo Grande, que enfrenta desafios para atender à população estadual.
A Comissão Permanente de Saúde da ALEMS, coordenada pelo deputado Lucas de Lima, anunciou uma reunião para quinta-feira (26), com o objetivo de discutir a prestação de contas da pasta de saúde. Segundo Lima, o momento será oportuno para questionar a falta de medicamentos e cobrar melhorias no atendimento primário, essencial para evitar a sobrecarga dos hospitais.
A deputada Gleice Jane (PT) também questionou o aumento de doenças graves como o câncer, alergias e doenças autoimunes, e criticou a máfia da indústria farmacêutica, que eleva os preços de medicamentos, tornando tratamentos cada vez mais inacessíveis.
A falta de medicamentos e insumos no sistema de saúde do Estado, especialmente para tratamentos como o de câncer, continua sendo um tema de grande preocupação entre os parlamentares e a população.