Reportagem do programa Fantástico, exibida neste domingo (04), revelou os perigos dos cigarros eletrônicos vendidos ilegalmente no Brasil. Estudos internacionais já identificaram que o líquido dos vapes, ao se tornar vapor, pode liberar mais de 120 substâncias diferentes, algumas das quais são cancerígenas. Os jovens têm sido especialmente afetados por essa “modalidade”.
No Brasil, o único grupo dedicado à análise desses líquidos está no Laboratório de Química da PUC-Rio. Com cinco anos de estudos, as pesquisas revelaram os elementos contidos nos aparelhos e o quanto eles são prejudiciais à saúde. Para testar a toxicidade do líquido, os pesquisadores colocam a substância para reagir com células de fungos e de mamíferos.
Outro fator de risco apontado pelo estudo é que, com o aquecimento, as substâncias presentes nos cigarros eletrônicos se transformam. Além disso, a parte eletrônica dos vapes pode liberar metais como cromo, ferro, chumbo, zinco, alumínio e silício.
Os resultados da pesquisa foram apresentados à médica Margareth Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia. “Eu acho que o estudo foi pioneiro, o estudo é absolutamente relevante. Isso precisa ser ampliado, outros estudos semelhantes deverão ser feitos com amostras diferenciadas, porque nós não sabemos a origem e a fonte dos que foram, por exemplo, apreendidos pela Polícia Federal do Brasil”, afirmou a médica.
Cigarros Eletrônicos como Substituição dos Cigarros Tradicionais
Muitos fumadores tradicionais passam a usar o cigarro eletrônico para tentar parar de fumar. No entanto, a médica alerta que essa ideia não se justifica. “Não existe redução de danos, porque quem passa do cigarro pro vape não para de fumar vape. Então, não existe essa intermediação”, pontuou Dalcolmo.
A reportagem destacou a importância de mais estudos e a necessidade de regulamentação para proteger a saúde dos usuários, especialmente os jovens, que têm sido cada vez mais atraídos pelo uso de cigarros eletrônicos.