Estudo revela riscos prolongados da Covid-19 mesmo em casos leves

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Um estudo recente publicado na revista Nature Medicine, na última quinta-feira (30), revelou que pacientes que tiveram Covid-19 de forma leve, sem necessidade de hospitalização, apresentam um risco aumentado de sofrerem sequelas da doença mesmo três anos após a infecção. A pesquisa acompanhou um grupo de 135 mil pessoas, indicando um aumento de 5% no risco de sintomas prolongados.

Principais Descobertas do Estudo

Os dados mostram que, além do risco de 5% para sintomas prolongados três anos após a infecção, os pacientes apresentam:

  • 23% de chance de ter sintomas persistentes um ano após a infecção.
  • 16% de chance de ter sintomas persistentes dois anos após a infecção.

Os efeitos mais comuns observados no terceiro ano afetam principalmente os sistemas gastrointestinal, pulmonar e neurológico. Segundo Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da Universidade de Washington e autor-sênior do estudo, a causa da duração dos efeitos do vírus ainda não é completamente entendida, mas pode estar relacionada à persistência viral, inflamação crônica, disfunção imunológica ou uma combinação desses fatores.

Riscos para Pacientes Hospitalizados

Outra constatação importante do estudo foi que pacientes que precisaram ser hospitalizados nos primeiros 30 dias após a infecção enfrentam um risco 29% maior de morte no terceiro ano em comparação com aqueles que não contraíram o vírus.

Metodologia da Pesquisa

A pesquisa foi baseada na análise de milhões de registros médicos de uma base de dados mantida pelo Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos. O estudo incluiu:

  • Mais de 114 mil veteranos com Covid-19 leve que não necessitaram de hospitalização.
  • Mais de 20 mil pacientes que foram hospitalizados devido à doença.
  • 5,2 milhões de veteranos sem diagnóstico de Covid-19.

Os participantes foram acompanhados de 1º de março de 2020 a 31 de dezembro de 2020 e monitorados por pelo menos três anos, até 31 de dezembro de 2023.