Dois irmãos, de 29 e 26 anos, procuraram a Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul alegando que sofreram abordagem agressiva de policiais em uma conveniência. Um dos irmãos teve o nariz quebrado e vai precisar passar por uma cirurgia.
O fato aconteceu na avenida Nosso Senhor do Bonfim, no bairro Parque Novos Estados, em Campo Grande, no início da madrugada da última quinta-feira(16).
Os irmãos alegam que o estabelecimento pertence ao irmão mais velho. Os dois disseram que além das agressões, tiveram o estabelecimento revirado pelos militares.
Em um dos vídeos, um dos policiais aparece falando com um dos homens, que estaria filmando a abordagem. O homem grita no final do vídeo e a gravação foi cortada.
A cena gravada (vídeo)
As imagens mostram os rapazes argumentando que não aceitaram os usuários consumindo droga na conveniência. Os policiais respondem dizendo que a responsabilidade é deles.
“Toda vez que você aceitar maconha aqui vai ser assim”, diz um PM.
“É por isso que eles estavam fumando do outro lado, é porque nós não aceitamos os caras”, responde o comerciante.
“Estavam sentados ali, as cadeiras de quem que é?”
“É minha”, responde o comerciante.
“Então quem está reunindo maconheiro aqui?”, questiona o PM.
“O cara está consumindo, chegou e sentou lá”, completa um dos rapazes.
“Foda-se você é responsável”; “Está consumindo então pode fumar maconha?”, respondem os policiais.
Ainda segundo a denuncia feita na ouvidoria do PMMS, uma mulher (cliente) também foi agredida pelos agentes.
Imagens mostram o estabelecimento todo revirado e manchas de sangue dentro do banheiro.
A equipe da Polícia Militar registrou o caso na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
Os agentes disseram ainda que reagiram às “injustas agressões” das pessoas que estavam no local. A equipe parou porque haviam pessoas fazendo uso de maconha no estabelecimento, no entanto, segundo os denunciantes ninguém que estava supostamente fazendo uso de entorpecentes foi preso naquele noite.
Os policias alegaram ainda que receberam empurrões e cadeiradas na conveniência, o que foi negado pelos autores da denuncia.
Além da denúncia na Corregedoria da Policia Militar o GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do Ministério Público será acionado, segundo a advogada dos denunciantes.
Um e-mail com pedido de resposta a respeito deste caso foi encaminhado para a comunicação da PMMS, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos um retorno. O espaço segue aberto.
Tentamos contado com o Major responsável pela comunicação via Whatsapp, mas também não obtivemos resposta.