Vídeo da esquerda invadindo o Congresso em 2006 volta a viralizar

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Há quase 18 anos, em 6 de junho de 2006, a Câmara dos Deputados foi palco de um ataque violento protagonizado por centenas de membros do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), um grupo de esquerda. Liderado por Bruno Maranhão, na época um dos fundadores do PT, o ato resultou em numerosos feridos, principalmente entre os funcionários da Casa.

Recentemente, vídeos e registros dessa invasão voltaram a circular nas redes sociais, reacendendo a discussão sobre eventos passados. Um desses vídeos foi compartilhado pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM), destacando uma fala do ex-presidente Lula (PT) em 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, Lula afirmou que nunca houve notícias de partidos ou movimentos de esquerda invadindo o Congresso.

Contrariando essa afirmação, registros históricos, como os veiculados pela TV Globo na época, narram um atentado contra a democracia. William Bonner, no Jornal Nacional, descreveu o ocorrido como um ataque à democracia, enquanto William Waack, no Jornal da Globo, rotulou os invasores como um “grupo sem lei”.

O vídeo compartilhado pelo deputado Capitão Alberto Neto ainda apresentou um trecho de uma reportagem da Globo, evidenciando a violência da invasão. A segurança foi surpreendida, manifestantes lançaram objetos contra os seguranças, viraram um carro e, enfurecidos, invadiram o prédio da Câmara dos Deputados sob o comando do MLST.

Na sequência, a agência de notícias da Câmara relatou que Normando Fernandes, servidor da Polícia Legislativa, sofreu lesões graves, incluindo afundamento craniano e edema cerebral. Felizmente, ele se recuperou após ser tratado na UTI de um hospital em Brasília.

Os manifestantes, incluindo Bruno Maranhão, foram detidos, demandando atenção jurídica. Suas reivindicações, como a atualização do índice de produtividade da terra e a revogação de uma lei que restringia vistorias em terras ocupadas, foram temas de debates intensos. Bruno Maranhão, líder do MLST na época, veio a falecer em 2014, vítima de falência múltipla dos órgãos.

No entanto, o desfecho legal diverge do atual tratamento dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos envolvidos nos recentes eventos de 8 de janeiro. Em julho de 2006, apenas um mês após a invasão, a Justiça Federal determinou a soltura dos últimos 32 integrantes do MLST ainda detidos. Vale destacar que, na época, o Ministério Público Federal (MPF) tinha uma posição contrária, defendendo a manutenção das prisões.

*Pleno.News