
Em Campo Grande, pessoas que querem parar de fumar contam com tratamento gratuito oferecido na Rede Municipal de Saúde. Atualmente o serviço é oferecido em 17 unidades básicas de saúde (UBS), de saúde da família (UBSF) e no Centro de Especialidades Médicas (CEM).
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, o acompanhamento dos pacientes que desejam abandonar o vício do tabaco nas unidades de Atenção Primária é de extrema importância para o controle do tabagismo e para promover a saúde da população.
O tabagismo é uma das principais causas de doenças e mortes evitáveis em todo o mundo, estando associado a diversas doenças crônicas, como câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares.
A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental no combate ao tabagismo, uma vez que é o nível mais próximo da população e é responsável pelo tratamento abrangente e contínuo dos pacientes. Aproximadamente 90% dos fumantes desejam parar de fumar, mas enfrentam dificuldades devido à dependência física e psicológica da nicotina.
Nesse contexto, as unidades de APS têm um papel estratégico no apoio aos pacientes que desejam abandonar o tabagismo. Algumas das principais ações e intervenções realizadas pelas equipes de saúde nessas unidades incluem aconselhamento e orientação, tratamento medicamentoso, grupos de apoio, acompanhamento regular e abordagem multidisciplinar.
A gerente técnica do Programa de Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Mirelle Cabreita, explica que, inicialmente, o paciente passa por uma avaliação (teste de Fargestron) para determinar se ele é um fumante leve, moderado ou pesado, entre outras dimensões e definições relacionadas.
“Após a avaliação, o tratamento é conduzido por profissionais de saúde de nível superior, que realizam consultas individuais ou sessões de grupo de apoio, nas quais o paciente fumante compreende o papel do cigarro em sua vida, recebe orientações sobre como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar e, principalmente, como viver sem cigarro”, diz.
Durante as quatro primeiras reuniões de grupo (ou consultas individuais), são fornecidos manuais de apoio com informações sobre cada uma das sessões estruturadas. Também são oferecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, embora não sejam necessariamente o fator principal para o abandono do vício.
O tabagismo ativo e passivo são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Estima-se que, no triênio 2020-2022, o Brasil registrou 17.760 casos novos de câncer de pulmão em homens e 12.440 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,99 casos novos para cada 100 mil homens e 11,56 para cada 100 mil mulheres.
O padrão de ocorrência desse tipo de neoplasia, em geral, reflete o consumo de cigarros na região. Na maioria das populações, os casos de câncer de pulmão relacionados ao tabaco representam mais de 80% dos casos.
Onde procurar ajuda? Em Campo Grande, os locais habilitados para atendimento do programa são UBS/UBSF, hospitais e o Centro Especializado Municipal. O tratamento também é oferecido na Clínica da Família Nova Lima, USF Albino Coimbra, USF Ana Maria do Couto, USF Coophavilla II, USF Batistão, Clínica da Família Portal Caiobá, UBS Caiçara, USF Tiradentes, USF Moreninha III, Clínica da Família Iracy Coelho, USF Jockey Club, USF Vila Fernanda, USF Aero Rancho Granja, USF Itamaracá, USF Tarumã, USF Vila Corumbá e USF Jardim Presidente.