
Uma ampla análise de dados de 3 milhões de pacientes pediátricos que receberam a vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 concluiu que existem “evidências reais” da segurança do imunizante para esse público.
Os pesquisadores utilizaram três bases de dados que totalizavam 5,9 milhões de doses aplicadas em pessoas de 5 a 17 anos nos Estados Unidos entre 2021 e 2022.
Eles buscaram 20 eventos adversos que poderiam ter relação com o imunizante:
• miocardite, pericardite ou concorrência de miocardite e pericardite;
• encefalite ou encefalomielite;
• anafilaxia;
• tromboses comuns com trombocitopenia;
• convulsões;
• paralisia de Bell;
• trombose venosa profunda;
• embolia pulmonar;
• coagulação intravascular disseminada;
• trombocitopenia imune;
• narcolepsia;
• apendicite;
• acidente vascular cerebral não hemorrágico;
• síndrome de Guillain-Barré;
• síndrome inflamatória multissistêmica em crianças;
• mielite transversa;
• trombose com trombocitopenia cerebral e abdominal (local incomum);
• doença de Kawasaki;
• derrame cerebral;
• infarto agudo do miocárdio.
Apenas casos de miocardite e pericardite atingiram o limiar de um sinal estatístico nos três bancos de dados, afirmaram os autores.
“Dos 153 casos de miocardite ou pericardite entre crianças de 12 a 17 anos, foi realizada revisão de prontuários para uma amostra de 37 casos cujos registros foram obtidos. Vinte e sete desses casos [73%] foram confirmados como verdadeiras ocorrências de miocardite ou pericardite, dos quais 25 pacientes eram do sexo masculino e 19 foram internados, com tempo médio de internação de 2,8 dias [mediana de 2 dias]. O tempo médio desde a vacinação até a apresentação para atendimento de miocardite ou pericardite foi de 6,8 dias [mediana de 3 dias]”, relataram.
Não houve surpresa em relação a esses episódios, salientam os pesquisadores, visto que “o sinal detectado para miocardite ou pericardite é consistente com o relatado em publicações revisadas por pares, demonstrando um risco elevado de miocardite ou pericardite após vacinas de RNAm [RNA mensageiro], especialmente entre homens mais jovens, de 12 a 29 anos”.
Ainda assim, casos de miocardite e pericardite após a vacinação contra a Covid-19 com o imunizante da Pfizer são extremamente raros, ressaltaram os pesquisadores.