Um bebê de apenas 1 ano e 1 mês foi internado em estado grave com lesões na cabeça e indícios de violência na manhã da última terça-feira (14), em Campo Grande. A mãe e o padrasto da criança foram presos após entrarem em contradição sobre o que teria acontecido para ela se machucar.
De acordo com as informações policiais, ao serem notificados sobre a entrada de uma criança vítima de possíveis maus-tratos, uma equipe da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) foram até a unidade hospitalar para investigar o caso.
Em contato com o médico que atendia a vítima foi descoberto que a mesma estava com as duas clavículas quebradas, traumatismo craniano e pneumotórax – presença de ar na pleura, membrana que reveste os pulmões.
Para a polícia, a mãe o padrasto contaram que a criança havia caído da cama, por volta das 7h daquele dia, e que por volta das 9h ele teria piorado o quadro de saúde, passando a vomitar. Eles, então, teriam socorrido a criança para uma unidade do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Após serem confrontados com algumas contradições em suas falas, o casal mudou a versão dos fatos e passou a sustentar que ambos saíram de casa para que a mulher fizesse um serviço de manicure e deixaram a criança sozinha na residência. Depois de alguns minutos, o padrasto do menino teria voltado para a casa e encontrado o garoto caído no chão, deduzindo que ele teria caído do sofá, onde tinha sido deixado.
Ainda de acordo com o padrasto, por volta das 9h, quando a criança começou a piorar ele teria realizado respiração boca a boca e massagem cardíaca na criança, levando-o em seguida para o SAMU.
As equipes policiais foram até a casa onde o casal mora com o menino para fazer perícia no imóvel.
Eles foram levados para a Depca e presos em flagrante pelos crimes de abandono de incapaz, com causa de aumento de pena em razão da ocorrência de lesão grave na vítima e por fraude processual, já que durante a investigação e realização da perícia na casa, eles simularam uma outra dinâmica dos fatos, de modo a induzir a erro a autoridade policial e os peritos que faziam o exame.
A polícia não descarta a ocorrência de maus-tratos e de lesão corporal dolosa, que poderão ser evidenciados após a realização de exames perícias e demais diligências em andamento.