Hospital diz que não tem leitos e mesmo assim a ‘regulação’ da SESAU manda pacientes para a unidade

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Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian
Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, em Campo Grande, encaminhou uma nota ao Jornal Nova Lima News, sobre a situação da idosa Antônia Souza da Silva, de 73 anos, que está internada na unidade em cadeiras por falta de leito.

A unidade de saúde informou que desde 2021 enfrenta problemas com superlotação, contudo, a SESAU (Secretaria Municipal de Saúde) insiste em encaminhar pacientes.

Confira a nota na íntegra:

O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) se posiciona solidariamente ao sentimento de insatisfação da usuária do Sistema Único de Saúde e de seus familiares.

Ocorre que desde agosto de 2021 o Pronto Atendimento Médico (PAM) do Humap tem vivenciado situação permanente de superlotação. Nesta quarta-feira (07/12) temos no Pronto Atendimento Médico Adulto: 38 pacientes na área verde (para 3 vagas), 8 pacientes na área amarela (para 8 vagas) e 14 pacientes na área vermelha (para 6 vagas).

Destacamos que diariamente informamos à Sesau sobre a superlotação e reiteramos o pedido para que não enviem novos pacientes, mas novos pacientes continuam sendo encaminhados pela Central de Regulação, desrespeitando o que foi contratualizado.

O fato é que o HU tem um contrato com secretaria de saúde municipal e estadual para ter um número determinado de leitos, recebemos pelo atendimento nestes leitos, temos quantitativo de profissionais para atender a quantidade de pacientes para os quais temos leitos contratualizados. Nem o HU nem hospital nenhum tem recursos para atender pacientes extras ou adquirir novos leitos. Não temos como chamar profissionais de acordo com a demanda, pois os profissionais são concursados.

A superlotação nos hospitais é problema de políticas públicas, e sua solução depende dos governos federais, estaduais e municipais destinarem mais recursos para os hospitais, de abrirem mais leitos e especialidades médicas nas cidades do interior para que os pacientes não tenham que ser enviados para a capital, de ampliar os programas de atendimentos domiciliares, para que os pacientes em estado menos crítico possam desocupar leitos de hospitais, aumentando a rotatividade desses leitos.

As equipes médicas e assistenciais estão sempre atentas às necessidades dos pacientes e acompanhantes e buscam acomodá-los da melhor maneira possível dentro das possibilidades estruturais do hospital. Ocorre que, assim como a referida paciente, hoje mais da metade dos pacientes no Pronto Atendimento Médico são idosos.

Sobre Vinícius Santos 5887 Artigos
Jornalista - DRT 0002147/MS