Com mais um feminicídio, estado bate o triste recorde de mulheres assassinadas em 2022

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Monalisa foi morta a facadas pelo namorado na noite de ontem (27) Foto: Reprodução/Redes Sociais

Com mais um feminicídio em Mato Grosso do Sul no ano de 2022, o estado bateu o triste recorde de mulheres mortas desde a criação da Lei do Feminicídio, em 2015. Com o óbito conformado na noite de ontem, 39 vítimas foram assassinadas de janeiro até novembro, o maior índice de casos havia sido registrado em 2020, com 38 mortes.

Durante coletiva da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada Rafaela Lobado contou alguns detalhes sobre o caso de Monalisa Pereira Alves Muricy, 55 anos, e comentou o número de assassinatos contra mulher registrados até agora.

“A vítima faleceu dentro de sua própria residência. O motivo apurado até o momento pode ter sido por ciúmes ou por conta da situação financeira do casal. Eles estavam fazendo uma confraternização com amigos, com churrasco, uso de bebidas alcoólicas e de entorpecentes”, comenta a delegada.

Rafaela explicou ainda que o amigo das vítimas, conduzido até a delegacia na noite de ontem, não foi preso. Ele apenas teria sido encaminhado para prestar esclarecimentos pois é testemunha do caso. A arma usada pelo autor, de 39 anos, já foi localizada pelas equipes de polícia, que agora procuram por ele.

Apesar de ter sido morta a facadas pelo namorado, nenhum boletim de ocorrência ou pedido de medida protetiva foi encontrado durante as investigações. Vizinhos indicaram ainda que o casal não teria um relacionamento violento, já que brigas e confusões não eram ouvidas.

O autor está foragido e sendo procurado pela polícia.

Recorde de casos – Mato Grosso do Sul é o terceiro estado mais violento para as mulheres, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2022) elaborado pelo governo federal.

Em relação ao ano anterior, já é possível ver um aumento no número de mortes, com 39 casos já registrados em 2022 até o mês de novembro. A delegada Rafaela Lobado comentou que apesar disso, muitas políticas de combate à violência aumentaram.

“Infelizmente o número progrediu. Mas nós estamos, em 2022, batendo o recorde também de políticas públicas a favor da mulher. Registramos muitos boletins de ocorrência, estamos participando de muitos eventos preventivos. Porém, não vemos resultado na questão repressiva. É importante que a vítima e outras pessoas estejam alerta a sinais de violência, para que não chegue ao extremo, que é o crime de feminicídio”, finaliza.

O ano com mais mortes registradas desde a criação da Casa da Mulher Brasileira em MS foi o de 2020, quando em meio a pandemia do Coronavírus, 38 vítimas foram brutalmente assassinadas.

A polícia disponibiliza o Disk 100 para denúncias anônimas em casos de violência contra a mulher.