
O Hospital São Julião completa no dia 5 de agosto, 81 anos de uma história marcada pela solidariedade, amor ao próximo e respeito a vida. Inaugurado em 1941, o local fazia parte dos antigos asilos-colônias criados por Getúlio Vargas para isolar os pacientes diagnosticados com hanseníase, uma doença infecciosa, cujo tratamento ainda era desconhecido.
Infelizmente naquela época, o preconceito e o estigma com os portadores da doença eram alvos de muitos preconceitos, como a hanseníase era conhecida popularmente como lepra. Por esse motivo, os pacientes eram isolados da sociedade e passavam a viver nestas colônias. A vila era organizada como uma cidade, com escolas, praças, dormitórios, refeitórios e até cemitérios.


A falta de interesse do poder público em investir no local foi relegado ao abandono, porém, no ano de 1969, voluntários italianos da Operação Mato Grosso passaram a trabalhar no antigo leprosário, cooperando na recuperação física e social do São Julião. Daí em diante foi formada a Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos.
Hospital São Julião atualmente
Além de ser referência no tratamento da doença infecciosa, o local trata pacientes com tuberculose e oftalmologia.
São Julião ocupa 243 hectares e está localizado na região do Nova Lima, bairro localizado na região norte de Campo Grande.
Conforme a assessoria de imprensa do Hospital, o local possui 36 leitos cirúrgicos, 74 leitos clínicos e realiza 70 cirurgias por dia, entre oftalmologia, cirurgia geral e otorrinolaringologista.
O Hospital São Julião realiza mais de mil cirurgias por mês, entre cirurgias oftalmológicas, gerais, vasculares e de otorrino.
No mês de junho, realizou mais de 260 cirurgias gerais, sendo a maioria em vídeo, que proporciona recuperação rápida.

O Hospital realizou 27 mil procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019 e a projeção é de 34 mil procedimentos para 2022.
Em entrevista, o empresário e presidente da Associação do Hospital São Julião, Carlos Melke, é recém-empossado e comemora o seu primeiro 5 de agosto com muita alegria.
“Mesmo hoje, nos novos tempos, é importante mantermos vivo esse espírito de confraternização por uma história construída com muito sacrifício, humanidade e empreendedorismo. E, não se enganem os que pensam que a hanseníase é uma doença extinta no Brasil”, disse.
“Ela ainda está presente e precisa da atenção constante das autoridades sanitárias. O São Julião está aberto a novas especialidades, mas continua vigilante quando o assunto é hanseníase. Espero viver muitos 5 de agostos aqui, nos atualizando e preservando as tradições”, complementou.

Área de laser
A entrada do Hospital São Julião é muito freqüentada durante toda a semana por pessoas que adoram caminhar, pedalar e inclusive é o cenário ideal de muitos noivos, grávidas para tirar fotos, porque o lugar é repleto de muitas arvores que fascinam quem visita o lugar.

